Os servidores públicos municipais protestaram na manhã desta quinta-feira (9) contra uma proposta do Executivo Municipal que reduzia sua proporção de participação no pagamento do plano de saúde dos servidores. A manifestação foi organizada pelo Sindicato dos Servidores Municipais ocorreu em frente à prefeitura.
O valor do plano de saúde dos servidores representa uma alíquota de 31,92% sobre o salário de cada servidor que adere ao serviço. A regra que estava em vigor encarregava o Executivo Municipal a arcar com 18%, enquanto os 13,92% restantes eram descontados na folha do servidor. A nova proposta apresentada pelo prefeito Paulo Sérgio Rodrigues Flores alterava drasticamente esse rateio, o que causou indignação entre os servidores.
De acordo com a nova proposta, o executivo ficaria encarregado de apenas 7% no repasse, enquanto os 24,92% restantes recairiam sobre a folha dos servidores. O servidor Andersom Brum Félix, nomeado no último certame realizado pelo Executivo, ressalta que a proposta apresentada significava a perda salarial para muitos dos servidores sendo que já há muitos encargos sobre a folha. Ainda de acordo com o servidor, com um aumento de 11% nos descontos em folha, a contribuição poderia chegar a quase 50% dos salários e alguns servidores arriscavam receber menos de R$700,00 de salário líquido.
Uma comissão foi formada para negociar com o prefeito uma contraproposta formalizada pelo Sindicato dos Servidores onde a intenção era tornar a contribuição paritária, com 15,96% de participação do Executivo e dos funcionários. A proposta foi novamente rebatida pelo prefeito, que cedeu à possibilidade de o Executivo arcar com 13% do encargo, deixando 18,92% para os servidores. A proposta foi aceita e o acordo foi assinado.
Dentre as reclamações expostas pelo sindicato estava a urgência com que a situação deveria ser definida, já que a renovação com o IPE deve ser feita até o dia 10 de janeiro. O presidente do Sindicato dos Servidores Municipais, Odilon Flores Carvalho, reclamou da posição do Executivo, que lançou a pauta sem tempo para estudos, negociações ou discussões entre os servidores.
Paulo Sérgio Rodrigues Flores comentou a negociação em entrevista ao programa Bom Dia Cidade.
-Eu acho injusto que a gente não colabore com nada. Manoel Viana não colabora com nenhum ponto da alíquota. Jaguari, Cacequi tem alíquotas da parte patronal em torno de 7,5%. E essa foi a minha primeira proposta. Repensando melhor e olhando pelo lado dos funcionários também, reformulamos nossa proposta inicial – ponderou o prefeito.
Flores também se manifestou sobre o prazo para a resolução da questão questionado pelos servidores.
-Quanto a esse prazo, isso foi muito rápido mesmo, o sindicato tem razão. Não é culpa nossa, veio lá do IPE em cima da hora, como sempre. Estávamos na esperança de voltar aos 22% de alíquota, não voltou, mas não foi por falta de empenho da administração – declarou o chefe do Executivo.
Texto/Foto: Ronei Bueno (MTE 17785/RS)